domingo, 2 de setembro de 2007

Resenha do artigo: A dinâmica da sala de aula

O artigo A Dinâmica da Sala de Aula, do lingüista aplicado N.S Prahbu, discute as quatro dimensões da sala de aula de língua estrangeira. As dimensões se dividem em: a aula quanto unidade de currículo e métodos de operação, as quais podem ser vistas como: aula como gênero pedagógico e como gênero pessoal e social.

Na perspectiva da aula como implementação de um método ensinado, existem dois aspectos relevantes: um conceitual e outro operacional. As teorias de como ocorrem a aprendizagem constituem o aspecto conceitual, enquanto a padronização do que deve feito em sala de aula diz respeito ao operacional. Ao observarmos uma aula de línguas, é possível identificar a teoria que embasa o método utilizado, ou seja, se a abordagem é mais comunicativa ou mais estrutural.

Prahbu descreve a sala de aula de línguas não só como um evento pedagógico, mas como um evento social. Nesse sentido, há uma série de rotinas em que o professor e os alunos desempenham papéis pré-estabelecidos. A ritualização das ações do professor e dos alunos se faz necessária, pois promove um senso de segurança que provém das expectativas comuns ou co-participadas.

Outra importante dimensão da sala de aula é percebê-la como uma arena de interações humanas. Sendo assim, o professor lida com alunos com diferentes maturidades, motivações, medos, inseguranças, alunos acessíveis a empatia ou impenetráveis. Por outro lado, os alunos julgam o professor como sendo hostil ou amigável; tolerante ou vingativo e assim por diante. Todos esses sentimentos interferem na aprendizagem dos alunos, tendo em vista que se a atmosfera da sala de aula for desagradável e tensa, será muito difícil que a aprendizagem se consolide.

O autor sugere que os professores ajam como seus próprios especialistas. O que significa que os professores devem utilizar suas própria noções ou teorias de como a aprendizagem ocorre. Isso acontece durante as experiências de ensino em sala de aula. Criar as próprias teorias de ensino constitui em uma experiência estimulante para o professor.

Prahbu conclui argumentando que o papel dos especialistas de línguas deveria ser explorar caminhos possíveis para capacitar professores a operarem como teóricos, em lugar de sugerirem métodos a serem utilizados como rotinas pré-estabelecidas.

É notório que a abordagem do professor tem uma força infinitamente maior do que o método por ele adotado. O professor por ter o mais completo laboratório de pesquisa, a saber, a sala de aula, é capaz de teorizar e experimentar modos eficazes de ensinar uma língua estrangeira, pois percebe as reais necessidades de seus alunos.

Autora: Michelle Falcão

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